Ontem, foi a festa de lançamento oficial do Movimento de Defesa Animal de Pernmabuco que é uma organização que possui como principal objetivo propor, fiscalizar e discutir políticas públicas com foco no bem estar dos animais em nosso Estado. Nossa estratégia de ação é congregar os esforços de todas as entidades (ONGs), defensores autônomos e cidadãos para juntos fazermos valer os direitos dos animais.
Tivemos a presença da imprensa, artistas locais, políticos e convidados para apresentarmos as nossas metas, e a coordenação do MDA/PE.
E segue a carta lida por esta blogueira que vos escreve, que faz parte da coordenação do MDA, e que chorou no último parágrafo...
CARTA ABERTA À POPULAÇÃO.
" Não queremos igualdade dos direitos, mas a equidade deles, como prega uma convivência ética. Aplicar o direito diante da proporcionalidade, o que é do homem é do homem. Mas o direito do animal tem que ser do animal, tem que ser respeitado e levado a sério, este é um passo para o crescimento social, para a evolução humana. Dar acesso ao direito que o animal tem e não tratá-los como seres humanos pois não o são.
Sob a lei, o animal é responsabilidade do ESTADO ( artigo 1º Decreto Lei 24.645/1934, de Getúlio Vargas), mas como o Estado muitas vezes se omite, ele como um Ser que não se comunica com palavras, depende de nós, não é um assunto de grupos isolados, é de todos, é uma questão de humanidade.
O grau de desenvolvimento de uma sociedade mede-se pela forma como trata os animais. Se a desculpa usada atualmente pelas polícias e governantes é: não temos contingente nem para atender as pessoas. Isso acende um sinal de alerta vermelho para todos nós, não apenas para o governo, para os políticos, mas para todos nós. Já não somos mais o país do futuro, somos o do presente. Pernambuco é o estado que mais cresce no Brasil, e isto tem que servir de premissa para que a mudança aconteça hoje, e não amanhã. Então tem que existir contingente, tem que haver sim, não podemos não resolver um problema com a desculpa que temos outro mais grave.
Devemos priorizar os seres humanos, mas jamais negar ou negligenciar a importância de cada ser vivo que faz parte da nossa vida. Cuidar prioritariamente das pessoas, não significa que não temos o dever e a responsabilidade social de tutelar os animais abandonados nas ruas, entregues à toda sorte de crueldade, que achávamos ficção, mas que hoje em contato com as denúncias mais bárbaras, sabemos que a realidade desses animais é urgente e é pra agora!!!
Se hoje não existe um serviço, um órgão ou um modelo organizacional que abranja as necessidades para que as leis sejam cumpridas e que os animais sejam tratados como manda a lei, que sejam criados estes serviços, que se desburocratize, para que a matança nas ruas acabe. Não é mais aceitável que as autoridades não se importem em proteger os seus animais, porque não é uma questão de querer, ou de se importar mas sim, de cumprir a lei. A lei que viemos lembrar a todos que existe, e precisa ser cumprida.
Não estamos aqui para lutar por “Vale-pet shop”, dentistas gratuitos para todos os cães da cidade(pelo menos não ainda), mas pelo básico.
Que o governo desenvolva programas de controle populacional, programas de castração, monitoramento dos animais, cadastramento, que ofereçam serviços para as populações carentes no estado. Que não tenhamos apenas 1 CVA, mal visto pelo povo, como o terror dos cães de rua, mas um centro de zoonoses que acolha, recupere, ressocialize os cães, que no futuro deverão ser em menor quantidade se o programa de castração for aplicado de maneira eficaz.
Que possamos construir centros espalhados pela cidade para atender a população de baixa renda a preços populares. Que campanhas de combate à violência aos animais sejam feitas, que a legislação seja levada ao conhecimento do povo, pois de posse da informação teremos muito fiscais para ajudar neste combate. Que as denúncias sejam apuradas com urgência porque a lentidão se traduz em tortura e morte. Que haja punição dos culpados, penas mais duras, pois a impunidade é a porta para a barbárie.
Nada do que exigimos é fácil, nunca foi. Há gerações pessoas lutam pelo espaço dos animais pois eles não sabem falar, ou votar, mas nós sim! E graças a essas gerações, estamos aqui, hoje, chamando a atenção de muitos setores da sociedade.
E se chegamos aqui, nós todos os protetores, sem nunca desistir ou olhar para trás, não descansaremos até termos as nossas metas alcançadas e distribuído justiça e cidadania em Pernambuco.
Com a bandeira branca na mão, mas preparados para empunhar uma espada,
o Movimento de Defesa Animal de Pernambuco informa que chegou para ficar.
(Aline Gusmão)
